segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bolsa tem maior queda desde fevereiro com Palocci

Portal Exame
Felipe Frisch e Josué Leonel, da Bloomberg


Queda das ações da Petrobras, OGX e Usiminas contribuíram para o Ibovespa fechar em baixa de 2%.

São Paulo - O Ibovespa fechou hoje com a maior queda em quase quatro meses. Investidores receiam que a eventual queda do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, possa dificultar o controle das contas públicas pelo governo.
Os temores relativos ao futuro de Palocci e à inflação fez os juros futuros subirem. O dólar fechou na segunda alta seguida, com a baixa nos preços das commodities exportadas pelo Brasil no exterior.

Internacional: Bolsas caem com receio sobre crescimento


As ações recuaram pelo quarto dia seguido no mercado internacional e o petróleo caiu com investidores preocupados com os sinais de desaceleração da economia mundial.

Mais de US$ 2 trilhões foram perdidos em termos de valor de mercado das bolsas globais desde o pico deste ano em 1º de maio. As perdas são influenciadas por dados econômicos desapontadores, como o aumento do desemprego nos Estados Unidos em maio, que foi divulgado na semana passada.

Na Europa, a Air France-KLM e a Deutsche Lufthansa AG caem após a Associação Internacional do Transporte Aéreo, a Iata, ter rebaixado a previsão de lucro para o setor em 54 por cento.

O petróleo caiu pelo segundo dia em Nova York com os sinais de desaceleração nos EUA enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo prepara reunião para o dia 8. O ouro e a prata se valorizaram com o receio sobre a economia mundial enfraquecendo o dólar e impulsionando os metais preciosos como alternativa de investimentos.

A bolsa de Lima e os títulos da dívida peruana despencaram depois que o candidato Ollanta Humala declarou vitória na eleição presidencial de ontem. Há receio de que Humala buscará maior controle sobre a economia. O índice IGBVL, da Bolsa de Lima, chegou a cair mais de 12,5 por cento no dia.


Bolsa: Ibovespa cai com receios sobre economia mundial e Palocci


O Ibovespa teve a primeira queda em três dias e voltou à casa dos 63.000 pontos. O índice foi afetado pelos receios relativos à recuperação mundial e à possível saída do ministro- chefe da Casa Civil, o que impulsionou os juros futuros.

O principal indicador da bolsa encerrou aos 63.068 pontos, em queda de 2 por cento, a maior desde 9 de fevereiro. O índice foi derrubado principalmente por Petróleo Brasileiro SA, OGX Petróleo e Gás Participações SA e Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA.

“A bolsa vai ficar pautada pela ausência de tendência e volatilidade maior”, disse Leonardo Boguszewski, que administra R$ 460 milhões em fundos na JMalucelli Investimentos, em Curitiba. “A gente aproveita esses momentos mais nebulosos para montar posições.”

Jim O’Neill, presidente do conselho do Goldman Sachs Asset Management, disse que a economia brasileira não poderá manter o atual ritmo de crescimento nos próximos anos e que a Índia também está se desacelerando rapidamente. Ele fez os comentários hoje em conferência sobre a indústria de luxo em Lausanne.

Juros: DI sobe com receio de saída de Palocci prejudicar governo


Os juros nos mercados futuros subiram em todos os contratos com vencimento até 2022, com receio dos investidores de que o ministro Palocci deixe o cargo, enfraquecendo a posição do governo em favor de cortes de gastos para conter a inflação.

A alta dos DIs “reflete um pouco o risco de o Palocci sair”. A entrevista dada pelo ministro na sexta-feira não eliminou as dúvidas sobre seu aumento de patrimônio, disse Eduardo Galasini, gerente de Tesouraria do Banco Banif.

“Ele não foi convincente”, disse Galasini. Para o executivo, os investidores temem que o ministro seja substituído por “alguém que não passe confiança” na área fiscal. “O mercado está colocando um pouco de prêmio por causa disso.”

A mediana das previsões de 38 analistas consultados pela Bloomberg indica alta de 0,47 por cento no Índice de Preços ao Consumidor Amplo em maio, contra expansão de 0,77 por cento em abril. O dado será divulgado amanhã. No acumulado de 12 meses, a expectativa é que o IPCA acelere para 6,56 por cento, contra 6,51 por cento em abril, ainda acima do teto da meta do governo.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central pode anunciar no dia 8 a quarta alta consecutiva da taxa básica, de 12 por cento para 12,25 por cento, segundo pesquisa Bloomberg. A reunião do Copom começa amanhã.

A projeção do mercado para o IPCA deste ano ficou em 6,22 por cento, contra 6,23 por cento na semana anterior, segundo a pesquisa Focus do BC, divulgada hoje. A estimativa para o IPCA de 2012 ficou estável em 5,10 por cento.


Câmbio: Dólar sobe com queda das commodities no exterior


O dólar fechou em alta pelo segundo dia seguido ante o real, com a queda das commodities no exterior prejudicando as moedas de países exportadores de produtos básicos.

“Sempre que as commodities estão mal o real acompanha”, disse Maurício Junqueira, administrador de portfólio da Squanto Investimentos Ltda, em entrevista por telefone de São Paulo. “O real está apenas caindo com o dólar forte no exterior.”

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