sexta-feira, 6 de abril de 2012

Como o chrome pretende ganhar as empresas

Mauricio Moraes
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São Paulo - O crescimento acelerado do navegador Chrome, do Google, esbarra em um adversário que ainda prefere continuar como aliado do Internet Explorer: o mundo corporativo.

Boa parte das empresas adota o browser da Microsoft e não pretende mudar tão cedo, o que acaba dificultando o crescimento do concorrente. Por trás da decisão, tomada pelos departamentos de tecnologia, está a maior facilidade para gerenciar o IE. A demora para o anúncio de cada nova versão, de cerca de dois anos, garante que o navegador da Microsoft se mantenha homologado para uso nas companhias por um bom tempo. Com uma nova versão estável disponível a cada seis semanas, o Chrome acaba sendo deixado de lado – ainda que traga algumas das mais modernas tecnologias de segurança, como o uso de sandbox, para o Windows XP. “

As empresas não veem a atualização frequente como uma boa funcionalidade, mas como um defeito. Com o tempo, as companhias vão perceber que o que o Google está fazendo não é um problema”, afirma David Mitchell Smith, analista da empresa de pesquisas Gartner. Por enquanto, contudo, muitas delas preferem não se arriscar.

Há também, na opinião de Smith, falta de confiança em relação aos processos adotados pelo Google. Existem questões pendentes para as companhias, que influenciam na decisão sobre qual navegador deve ser adotado. “Privacidade, segurança e transparência estão entre elas.

É importante saber a direção para onde se está indo. Avalia-se, ainda, a credibilidade conquistada pelo Google nesse mercado”, diz o analista. Dúvidas semelhantes também existem em relação ao Firefox, da Fundação Mozilla. Nesses pontos, a Microsoft permanece à frente dos rivais.

Em 18 de março, um domingo, o Google Chrome chegou a ultrapassar o Internet Explorer como o navegador mais usado em todo o planeta, de acordo com dados coletados pela consultoria StatCounter.

Mas a façanha só durou um dia. Na segunda-feira, os computadores das empresas foram ligados e o Internet Explorer voltou a ser o dono da web. A semana continuou e a diferença entre os dois concorrentes voltou a se ampliar. Nos Estados Unidos, a distância entre os dois ainda é grande. Lá, o Chrome continua no terceiro lugar e está tecnicamente empatado com o Firefox.

Para tentar romper essa barreira, o Google montou um programa para facilitar a adoção do browser pelo ambiente corporativo. Em dezembro de 2010, um post anunciou o início do projeto Chrome for Business. Entre as novidades está um instalador MSI, que pode ser enviado remotamente para os PCs.

Foi disponibilizada ainda documentação para ajudar os técnicos a alterarem os controles de privacidade e segurança do aplicativo. É possível até mesmo pré-instalar algumas extensões. Passado mais de um ano, contudo, o ritmo de adoção nas empresas permanece lento e, ao que tudo indica, restrito ainda aos clientes da suíte online Google Apps.

Velocidade máxima - Em três anos, o Google Chrome passou a ser usado por um número de internautas superior ao da população brasileira. Confira, abaixo, alguns números sobre o browser:

Número de usuários, nas respectivas datas:

11/2009 – 30 milhões
05/2010 – 70 milhões
12/2010 – 120 milhões
05/2011 – 160 milhões
10/2011 – 200 milhões

 - 6 semanas é o tempo que o Google leva para fazer uma nova versão do Chrome.

- 782 desenvolvedores contribuíram nos últimos 12 meses para o projeto Chromium, que serve de fonte para o código do Chrome.

- 4 mil dólares no total foram pagos até março deste ano, como recompensa, a desenvolvedores que acharam falhas de segurança no Chromium.

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