quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mesmo com incentivos, indústria prevê crescimento menor em 2012

Luciana Cobucci
Economia Terra

Mesmo com o lançamento do pacote de medidas econômicas para incentivar a indústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o setor terá crescimento de 2% neste ano. A taxa é menor que os 2,3% estimados no último documento Perspectivas da Economia Brasileira, divulgada trimestralmente pela entidade.

Para o gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, as medidas adicionais de estímulo do plano Brasil Maior levam tempo até surtirem efeito, o que explica o pessimismo da indústria em relação ao desempenho do setor neste ano.

"O pacote não tem efeito pra trás. As primeiras medidas de desoneração da folha (lançadas no ano passado) só tiveram efeito a partir dos primeiros meses desse ano. Parte dos efeitos do lançamento do plano vão começar a mostrar resultados agora. Essas medidas adicionais de abril só terão efeito no futuro, temos defasagem até que entrem em vigor, o efeito prático para o ano de 2012 termina sendo reduzido e pode se materializar só no segundo semestre deste ano", explicou.

A CNI prevê que o setor de serviços deve continuar puxando o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro (o PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no País). Por outro lado, o desempenho da indústria vai continuar fraco. Segundo estimativas da entidade, o PIB vai se manter em 3%, mesmo patamar apurado no último levantamento.

Mesmo com o crescente aumento da demanda interna, esse excedente será direcionado para a compra de produtos e serviços importados, o que, de acordo com a CNI, não deve afetar positivamente o desempenho do setor industrial. A CNI estima, ainda, que a formação bruta de capital fixo - ou seja, recursos internos e externos disponíveis para investimentos - deve aumentar de 5% para 5,6% em 2012.
Indicadores

A CNI reduziu suas estimativas para a inflação e os juros neste ano. Segundo a entidade, a taxa básica de juros (Selic) deve fechar 2012 em 9% ao ano, ante a última previsão de 10%. A variação anual do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, caiu de 5,2% para 5% - ainda acima do centro da meta estimada pelo governo, que é de 4,5%.

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