domingo, 11 de janeiro de 2015

Onde será melhor investir em 2015?

Economistas apostam que, neste ano, a grande atração será a renda fixa, pois não apresenta muitos riscos. Com previsão de ajustes na economia, a Bolsa de Valores não atrairá tanto investidores

f

Renda Fixa

Deve ser a grande atração do ano, já que se trata de uma aplicação sem muitos riscos e que vem se mostrando mais rentável do que a poupança. "Recomendo instrumentos atrelados à taxa DI, como CDB, LCI e LCA pós fixada. Também sugiro aplicações indexadas à Selic, como a Letra Financeira do Tesouro (LFT), posto que devemos ter novas altas na taxa básica de juros em 2015, que deve atingir 12,5% até março", destaca o economista e professor da FGV, Samy Dana. Para especialistas, a opção é excelente para quem possui reservas de longo prazo e tem tudo para ser a melhor aposta para 2015.

Bolsa

Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter trocado toda sua equipe econômica, a expectativa é que a economia brasileira ainda passe por um ano turbulento em 2015, o que deve deixar as aplicações na bolsa pouco atraentes para os investidores. "Prevejo um risco enorme, o que faz da BM&FBovespa um destino desinteressante", diz Samy Dana. O economista Alex Araújo também acredita que a bolsa começará este ano da mesma forma que terminará 2014: instável. "Commodities caindo, dólar em alta e Petrobras sob investigação. De fato, o cenário não é nada favorável para aplicações na bolsa", afirma.

Poupança

Assim que foi confirmado como novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy afirmou que 2015 seria um ano de aperto fiscal e combate à inflação. Dessa forma, é bastante previsível o fato de que a Selic continuará subindo no ano que vem, o que prejudica a caderneta de poupança, reduzindo seus rendimentos. "Ainda é a opção mais acessível para os brasileiros, além de ser estável, mas a verdade é que a poupança não está rendendo quase nada, se descontarmos a inflação. Indico apenas para aqueles mais conservadores, que não têm a intenção de se aprofundarem muito no mercado", diz Alex Araújo.

Imóveis

De acordo com Samy Dana, 2015 não deve ser um ano bom para as aplicações em imóveis. "Vejo um pouco pior que 2014", observa o economista. No mercado cearense, a situação não deve ser muito diferente, já que o mesmo é dominado por incorporadoras locais, que têm reduzido o número de lançamentos, conforme lembra Alex Araújo. "Acho difícil termos queda no preço dos imóveis, não dá para pensar nisso. As empresas estão controlando a oferta e isso permitiu que não tivéssemos bolha imobiliária por aqui", opina.

Ouro

Considerado um investimento de segurança, para quem está preocupado com a volatilidade do mercado, inflação, desvalorização da moeda ou até mesmo com um colapso da civilização, o ouro caiu bastante em 2013, seguindo com altos e baixos em 2014. No último dia 29 de dezembro, o grama custava R$ 103,2, mas chegou a R$ 90,6 em setembro. "Basicamente o ouro serve como manutenção de riqueza. Trata-se de uma aplicação para tempos politicamente instáveis", explica Alex Araújo, destacando que a commodity não deve se valorizar em 2015.

Dólar

Em dezembro último, o dólar comercial atingiu o maior patamar em quase 10 anos, e seguiu se valorizando, fechando a R$ 2,7040. Assim, e com a expectativa de 2015 ser um ano de dólar forte, girando entre R$ 2,60 e R$ 2,80, Alex Araújo afirma que pode ser uma boa apostar na moeda norte-americana, mas tal investimento só está disponível para quem possui muito capital. "Comprar a moeda não é investir. O ideal seria títulos de dólar atrelados aos juros, o que não é muito acessível. É certo que 2015 é um ano excelente para evitar dívidas em dólar".

É preciso poupar para realizar sonhos

Parcela significativa dos brasileiros ainda não se preocupa com o dia de amanhã, o que dificulta a realização dos sonhos e das metas. A constatação é da pesquisa promovida nas 27 capitais pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com o portal Meu Bolso Feliz (www meubolsofeliz.com.br).

O levantamento aponta que um terço dos consumidores, ou 33% dos entrevistados, não conta com uma reserva financeira para realizar seus sonhos, como a compra de uma casa, carro ou viagem, e outros 22% admitem não ter o hábito de guardar dinheiro pensando no futuro. O educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, diz que as pessoas têm, em geral, uma necessidade imediata de realizar seus desejos e, ao não dar prioridade ao planejamento das compras, desperdiçam dinheiro em forma de juros, que vêm embutidos nos financiamentos.

"O que vale para a maioria dos consumidores é a sensação do prazer instantâneo com a compra e, como consequência disso, sonhos maiores acabam não sendo possíveis por serem mais caros".

Vignoli comenta que o melhor momento para fazer planos de economizar dinheiro é quando se tem maior disponibilidade de recursos, como no recebimento das férias, do 13º salário, de um bônus da empresa, de herança ou na venda de um bem. "Como a receita cresce com a entrada do dinheiro extra, o aporte na poupança pode ser maior".

Disciplina

Para quem considera impossível poupar mesmo que uma pequena quantidade de recursos por mês, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, sugere o uso de planilhas, tabelas ou anotações com todos os gastos domésticos para ajudar a identificar o valor que pode ser direcionado para uma reserva financeira. Para um diagnóstico eficiente, é preciso acrescentar todas as despesas previstas e não previstas, de contas fixas a gastos com alimentação fora de casa e lazer.

Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário