quinta-feira, 17 de maio de 2012

Investidor vende a qualquer preço e Bovespa cai mais de 3%

Teo Tákar
Valor

SÃO PAULO - A Bovespa teve mais um dia de liquidação, com as vendas se intensificando a partir do meio da tarde. O cenário externo continuou sendo o principal motivador das vendas, que ganharam força conforme a bolsa perdeu suportes importantes. Segundo operadores, houve um grande movimento de ordens de “stop loss” (ordem automática de venda para limitar perdas).

Lá fora, as bolsas também caíram, diante de dados mais fracos da economia americana, com o novo rebaixamento da nota de risco de crédito (rating) da Grécia, e com a notícia de uma onda de saques nos bancos espanhóis. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,24%, para 12.442 pontos, o Nasdaq recuou 2,10%, para 2.813 pontos, e o S&P 500 fechou em baixa de 1,51%, aos 1.304 pontos.

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 3,31%, aos 54.038 pontos, na mínima do dia, depois de despencar mais de 2 mil pontos da máxima, de 56.295 pontos. O volume financeiro voltou a ser forte, de R$ 8,351 bilhões.

“O nervosismo do mercado está se autoalimentando”, avalia o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. Um operador acrescentou que houve forte atuação de investidores estrangeiros na ponta vendedora. O cenário internacional ruim foi preponderante para o rumo dos negócios.

Desta forma, o Ibovespa já acumula perda de 9,1% nesta semana, que caminha para ser a pior desde a semana encerrada em 5 de agosto de 2011, quando o índice recuou 9,99%. No fim daquela semana, os Estados Unidos perderam o rating "AAA".

No mês, o recuo chega 12,6%. Já é o pior desempenho desde outubro de 2008 – auge da crise financeira – quando o mercado despencou 24,8%. No ano, o Ibovespa cai 4,8%.

Cena corporativa

Entre as ações mais negociadas, Petrobras PN devolveu todo o ganho de ontem, com perda de 4,45%, para R$ 18,43. Vale PNA fechou em baixa de 3,65%, a R$ 34,78; e OGX ON perdeu 5,59%, para R$ 10,97.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, reiterou que ainda não há metas definidas de produção de petróleo e gás para o Brasil e exterior para este ano. “Estamos reavaliando nossos ativos”, disse hoje, em teleconferência. As estimativas de produção total da Petrobras para 2012 também foram alvo de intensa curiosidade por parte dos analistas em fevereiro, na teleconferência da empresa sobre os resultados do quarto trimestre de 2011. Na ocasião, questionado diversas vezes sobre as metas para este ano, Barbassa afirmou que ainda não havia número definido pela companhia.

LLX ON (-7,46%, a R$ 2,48) liderou as perdas, seguida por Braskem PNA (-7,12%, a R$ 10,95) e Usiminas ON (-7,12%, a R$ 13,29). Esses papéis foram “vítimas” do “stop loss”, resumiu um operador. “Ações que possuem menos liquidez acabam sofrendo mais quando o investidor quer sair de qualquer jeito.” No caso de Usiminas, o papel também sofre com a saída do ativo da carteira do índice MSCI Global, que é usado como referência por muitos fundos de investimento.

Apenas duas ações do índice fecharam em alta: CCR ON (2,09%, a R$ 15,62) e MRV ON (1,65%, a R$ 9,81).

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