quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sucessão familiar, Ypióca e Diageo


Daniele Madureira | Valor


A Diageo e a família Telles estavam negociando há um ano e meio. O BTG assessorou a Ypióca, enquanto o banco Morgan Stanley atendeu o BTG. Segundo apurou o Valor, foi uma conversa difícil, por conta da resistência da família, uma das mais tradicionais de Fortaleza. A empresa não tinha dívidas, o que deixou os Telles mais confortáveis para negociar.

O “Doutor Everardo”, como é chamado o bisneto do fundador, que há 40 anos estava no comando da companhia, enfrentava um dilema particular, segundo fontes próximas à família. Com 66 anos, o engenheiro agrônomo teve seis filhos (o caçula tem cinco anos). A filha mais velha Aline, diretora de marketing, era o seu braço direito e a mais apta a sucedê-lo. Mas nos 166 anos da Ypióca, nenhuma mulher assumiu o poder. Everardo tinha a opção do filho Paulo, diretor industrial, mas o herdeiro se sentia mais à vontade percorrendo as destilarias e as plantações de cana do que à mesa de reuniões com fornecedores e clientes.

Agora, Everardo tem a chance de dividir em vida o patrimônio da família. O patriarca é um entusiasta da pesquisa científica (mantém a Amazônia Fitomedicamentos) e enveredou por ramos diferentes para garantir a verticalização, com a produção de embalagens e garrafas PET e bobinas de papel. Continua com a produção de etanol nas destilarias e o engarrafamento de água mineral. Há cinco anos, enveredou por outra novidade, a oferta de água mineral a granel em condomínios residenciais, com a Acqua Prime: um caminhão tanque abastece um reservatório no alto do prédio, que distribui a água aos apartamentos. O serviço, antes restrito a Fortaleza, passou a ser oferecido em Natal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário